Tuesday, April 9, 2013

APLICAÇÃO DA TÉCNICA DO RANGO – TAMANHO PARA O BRASIL E O ESTADO DE SÃO PAULO


APLICAÇÃO DA TÉCNICA DO RANGO – TAMANHO PARA O BRASIL E O ESTADO DE SÃO PAULO
(Washington Paulo Gomes)

            Nesta pequena apresentação foi elaborado um esboço através da aplicação da regra rango-tamanho para o sistema urbano brasileiro e também para o estado de São Paulo.
            A regra rango-tamanho é um modelo descritivo no qual utiliza-se de dados e técnicas estatísticas para observar as regularidades e as irregularidades do sistema urbano, observado através da distribuição populacional e do tamanho dos centros urbanos, ou seja, serve para conhecer a distribuição hierárquica das cidades ou o lugar que a mesma ocupa pelo volume de população em um sistema espacial de cidades.
Segundo esse modelo a segunda maior cidade deve ter a metade da população da primeira, a terceira um terço e assim sucessivamente.
            Na tabela I podemos ver as dez maiores cidades do ponto de vista populacional do sistema urbano brasileiro, onde Po é a população real de cada cidade, Pe a população que deveria ser (esperada) segundo o modelo do rango-tamanho, Po/Pe a divisão do Po pelo Pe para calcular a porcentagem de desvio entre a população real e a esperada e por fim calcula-se a média das porcentagens de desvio em relação a primeira cidade.

Tabela I - Aplicação da regra do Rango-Tamanho ao sistema urbano brasileiro
R
Cidades
Po
Pe
Po/Pe
Desvio (%) entre Pe e Po
1
São Paulo
11.253.503
11.253.503
1
0
2
Rio de Janeiro
6.320.446
5.626.751
1,12
12
3
Salvador
2.675.656
3.751.167
0,71
-29
4
Brasília
2.570.160
2.813.375
0,91
-9
5
Fortaleza
2.452.185
2.250.700
1,08
8
6
Belo Horizonte
2.375.151
1.875.583
1,26
26
7
Manaus
1.802.014
1.607.643
1,12
12
8
Curitiba
1.751.907
1.406.687
1,24
24
9
Recife
1.537.704
1.250.389
1,22
22
10
Porto Alegre
1.409.351
1.125.350
1,25
25
Fonte: IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), censo 2010.
Org: GOMES, W. P

            Assim como podemos conferir na tabela I, ocorre diferenças bastante significativas entre a população real e a população esperada (rango-tamanho), para começar é possível ver que apenas em duas cidades o desvio foi negativo (Salvador e Brasília), ou seja, quando a população real é menor que a esperada. Neste caso podemos dar um destaque para a cidade de Salvador que ocupa a terceira colocação e apresentou um desvio de -29% com aproximadamente 1 milhão de pessoas a menos do que deveria ter segundo o rango-tamanho.
            Dando continuidade a análise podemos ver que todas as outras cidades apresentam um valor acima do esperado, com destaque para a cidade do Rio de Janeiro que tem em sua população real em aproximadamente 700 mil habitantes a mais que deveria ter no rango-tamanho. Neste mesmo sentido, Belo Horizonte que ocupa a 6 posição teve um desvio de 26% em relação a população esperada.

                   Mapa I – Dez maiores cidade do Brasil.


               Fonte: IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), censo 2010.
               Org: GOMES, W. P

            No mapa I podemos ver a distribuição das 10 maiores cidades no território brasileiro e fica claro que no Brasil ocorre uma concentração da população na sua faixa litorânea, ou seja, das dez maiores cidades somente duas (Brasília no centro e Manaus no Noroeste) não estão na grande faixa litorânea. Isso esta relacionado com o período colonial onde a ocupação europeia foi realizada pelo atlântico e consequentemente formaram as primeiras cidades na costa litorânea.
            Ainda no sentido de aprofundar os estudos para a região paulista, realizamos a aplicação da regra do rango-tamanho também para o Estado de São Paulo (tabela II).
            Neste caso, devido a cidade de São Paulo ser muito grande do ponto de vista populacional, todas as outras cidades permaneceram muito abaixo em relação a população esperada para a técnica do rango-tamanho.
            Podemos destacar que a cidade de Guarulhos (segunda maior cidade) apresentou um valor de -79% da população esperada para a cidade, ou seja, segundo a técnica do rango-tamanho a cidade deveria ter 4,5 milhões de pessoas a mais do que atual.

Tabela II - Aplicação da regra do Rango-Tamanho ao sistema urbano do Estado de São Paulo.
R
Cidades
Po
Pe
Po/Pe
Desvio (%) entre Pe e Po
1
11.376.685
11.376.685
1
0
2
1.222.357
5.688.343
0,21
-79
3
1.080.999
3.792.228
0,29
-71
4
765.203
2.844.171
0,27
-73
5
673.914
2.275.337
0,30
-70
6
666.469
1.896.114
0,35
-65
7
636.876
1.625.241
0,39
-61
8
619.746
1.422.086
0,44
-56
9
593.775
1.264.076
0,47
-53
10
419.757
1.137.669
0,37
-63
Fonte: IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), censo 2010.
Org: GOMES, W. P

            Olhando o mapa II, podemos identificar que as das dez maiores cidades do estado nove estão concentradas na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) e somente uma (Ribeirão Preto) esta no interior.
             
Mapa II – Dez maiores cidade do Estado de São Paulo.

  Fonte: IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), censo 2010.
  Org: GOMES, W. P

A grande São Paulo ou a chamada RMSP possui aproximadamente 19 milhões de habitantes e engloba 39 municípios conurbados. Nos dias atuais já estamos falando de um Complexo Metropolitano Expandido que ultrapassa 29 milhões de habitantes que é a união de 65 municípios e as regiões metropolitanas de Campinas, Baixada Santista e o Vale do Paraíba, que juntas abrigam 12% da população brasileira, assim como podemos ver no mapa III.

   Mapa III – Complexo Metropolitano Expandido do Estado de São Paulo


Fonte: Wikipédia

            Para finalizar nossa análise podemos dizer que tanto no sistema urbano brasileiro e também no estado de São Paulo é possível identificar que ocorre uma má distribuição da população no território brasileiro. Essa concentração populacional formando grande cidades ou grandes complexos metropolitanos muitas vezes de forma desordena assim como no estado de estado de paulista é uma característica dos países em desenvolvimentos.

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